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Existem dois princípios fundamentais na natureza, por meio dos quais os processos criativos da vida se movimentam, conhecidos pela milenar filosofia chinesa como Yang (ativador) e Yin (receptivo). Eles regulam tudo que é vivo. O princípio ativador tradicionalmente se relaciona ao masculino, sendo as características a ele atribuídas: a atividade, o diurno (Sol), o luminoso, o leve, o quente e assim por diante. O princípio receptivo tradicionalmente se relaciona ao feminino, sendo as características a ele atribuídas: o recolhimento, o noturno (Lua), o escuro, o denso, o frio, etc. Estes princípios são complementares e as duas polaridades, aparentemente opostas, na verdade trabalham juntas com um objetivo único. O princípio ativador dirige-se para o exterior e conduz a uma ação. O princípio receptivo é acolhedor e, dentro de uma sabedoria silenciosa, propicia o frutificar da ação que foi ativada.
Temos o exemplo da semente que é lançada: existe uma ação de plantar e existe o acolhimento desta semente pela terra. A semente vem do exterior, é recebida, nutrida no escuro, até que germine e possa então vir ao claro do dia, quando será fortificada e vitalizada pela luz do Sol. Da mesma forma, quando acontece um encontro fecundo entre um homem e uma mulher, o espermatozoide (ativo) vai de encontro ao óvulo (receptivo), formando um novo ser que será “guardado” no escuro do útero para ali ser nutrido até que esteja pronto para vir à luz do dia. Vemos que ambas as forças, ao se complementarem misteriosamente, são de fundamental importância para os processos criativos do Planeta.
Assim acontece com o homem e com a mulher. Em geral, o homem é mais racional e ativo e a mulher é mais receptiva, emocional e intuitiva. Ao interagirem podem se complementar, integrando suas potencialidades. É importante pontuarmos que tanto o masculino quanto o feminino apresentam aspectos um do outro dentro de si, apenas em proporções diferentes. E isso acontece para que possam vir se equilibrando mutuamente no processo da complementação, da unificação.
Outro exemplo clássico de complementaridade entre os polos é o casal cósmico, o Sol e a Lua. A Lua, tradicionalmente, é o símbolo do princípio feminino, que está ligado a valores provenientes dos sentimentos, da intuição e da natureza. Ela é receptiva, acolhendo a luz solar. Por sua vez o Sol, símbolo do princípio masculino, é ativo e nos desperta da noite, onde o não consciente domina, para o mundo consciente, colocando nossos pés no chão e nos direcionando para a busca do pão nosso de cada dia. Sol e Lua cumprem funções diferentes, entretanto vemos que é absolutamente necessária a existência de ambos para que haja vida e prosperidade no Planeta. O que seria dos seres vivos se existisse apenas o dia, com o Sol sempre a brilhar, sem a umidade e o aconchego proporcionados pela noite e pela discreta (mas nem por isso menos poderosa) presença lunar?
Podemos, assim, dizer que a Lua e a Mulher são representantes do princípio feminino na Natureza e que, interessantemente, ambas são cíclicas, pois no período de 28 dias, aproximadamente, nos mostram as quatro facetas que expressam a sabedoria e os sentimentos mais profundos do feminino. Ao observarmos atentamente os movimentos e flutuações de cada fase da Lua e a energia que emerge em cada uma destas fases, podemos ver o quanto é real a relação que existe entre a Mulher e a Lua; perceberemos como nosso corpo, nosso comportamento e nossas emoções se modificam a cada nova fase da Lua, de acordo com as vibrações que são emanadas por este grande astro para o nosso Planeta.
Na verdade, esta conexão sempre existiu, desde os primórdios da criação. Com o advento da modernidade, entretanto, a mulher foi aos poucos perdendo esta ligação, desconectando-se de suas raízes mais intrínsecas com a natureza. Foi deixando de viver com harmonia seus ciclos sagrados, tornando-se muitas vezes um ser energeticamente invariante, na busca de atender com presteza às exigências de uma sociedade tipicamente linear. Somos cíclicas, essa é a verdade. E, ao ignorarmos este fato, desconsiderando nossa conexão com as fases da Lua, poderemos muitas vezes nos sentirmos desconfortáveis e esgotadas, inclusive para realizar nossos afazeres diários, o que pode, aos poucos, gerar problemas físicos, emocionais e psicológicos em nosso ser.
Cada momento energético das diferentes fases lunares pede uma conexão, uma reflexão e uma forma de agir específica. Assim, a Lua Nova é a Lua da introspecção, momento de meditação, conexão profunda com nosso eu interior. Nesta fase a voz de nossa intuição fica mais audível, ficamos propensas a receber insights importantes e a ter sonhos reveladores. Tempo de deixar ir tudo aquilo que em nada tem contribuído para nossa felicidade. Esta fase relaciona-se ao período menstrual, momento de depuração e limpeza energética. No auge desta Lua estamos renovadas. É tempo de plantar novas sementes.
Na Lua Crescente, nosso vigor mental e físico está em plena expansão e adquirimos força de realização. Esta Lua relaciona-se ao período pré-ovulatório. É tempo de adubar, regar e podar, para em breve colhermos belas flores.
A Lua Cheia é a Lua da fertilidade, expansividade, abundância e generosidade. Relaciona-se ao período da ovulação. É tempo de agradecer por tudo que já conquistamos até agora!
Na Lua Minguante a energia é de recolhimento e autoexame. Vamos nos interiorizando, nos conectando com nossa Lua interna e deixando para trás tudo aquilo que não nos serve mais. Nossa energia física diminui, mas, simultaneamente, as capacidades psíquicas e intuitivas tendem a aumentar progressivamente. Este momento se relaciona ao período pré-menstrual e precisamos canalizar nossa energia de forma construtiva e apaziguadora.
É isso mulheres! Conexão, saúde, paz e sabedoria!